Machete (2010)

“You just fucked with the wrong Mexican.”

A idéia surgiu após o pequeno sucesso que o trailer fictício proporcionou. Isso, porque com a estréia de filmes Grindhouse feita por Rodriguez e Tarantino, o trailer de Machete rolou no filme Planeta Terror. Gostaram tanto da idéia, que o trailer acabou gerando o filme de verdade, com temperos de Lado B, porém muito mais bem produzido.

E é difícil falar de um filme de Robert Rodriguez sem citar Tarantino. Ainda mais considerando que o diretor texano bebeu da fonte de Quentin, mostrando claramente em seus filmes uma grande referência.

Em Machete você vê referências de Kill Bill (com as enfermeiras de sainhas curtas), tipografias parecidas, trilha sonoras iguais, e os toques irônicos e de humor negro. E claro, sangue, muito sangue. Pode-se dizer que você vê até mais sangue e violência em excesso. Mas, isso reforça o estilo e qualidade do filme.

Contudo, pode-se causar a impressão de que Rodriguez seja apenas uma sombra de Tarantino. Entretanto, um diretor que fez Sin City não poderia nem deve ser a sombra de ninguém. E apesar das relações fortes de filmes de Tarantino, Rodriguez tem pitadas extras que você não vê em Quentin. Bom ou ruim? Diria que não há comparações por maiores que sejam as relações. Em ambos os diretores você vê qualidades distintas, mesmo que numa linha tênue.

Tarantino trabalha numa linha curta de história e em cima dela constrói angulos perfeitos de câmeras e personagens recheados de grandes diálogos e olhares subjetivos. Já Rodriguez produz uma linha muito maior de história, trazendo para o público uma aventura repleta, com começo meio e fim e acredite, uma certa originalidade no roteiro.

Machete conta a história de um ex policial Mexicano, e dos conflitos entre imigrantes mexicanos ilegais e a polícia dos Estados Unidos. Máfia, ganância e política rege a trama, trazendo um elenco digno: O Bunitão da mamãe Danny Trejo como o Machete, mexicano cheio dos facões, personagem principal que ainda é responsável por uma das melhores cenas do filme: A Cena do intestino. Ainda temos a drogadinha Lindsay Lohan fazendo o papel de…do que mesmo? ah sim, de drogadinha. Mas, a garota apesar de um papel deveras medíocre e secundário, aparece no final com muito estilo e chega a fazer parte de um final digno. Temos a Jessica Alba como policial, e Michelle Rodriguez como líder de um grupo conhecido como “rede” que ajuda os imigrantes ilegais. Todas as 3 bonitonas caem de amor e prazer em cima de Machete. Gosto é gosto né galera…

O elenco conta ainda com Steven Seagal, já sem seu rabicózinho, e com quilinhos a mais. Todo mundo envelhece, até mesmo o ator fodástico praticante de Aikido não é mesmo? E com ele, ocorre o mesmo que com a drogadinha… Passagem medíocre na trama, com um final bacana. Rodriguez soube trabalhar muito bem com toda a gama de talento que ele botou no longa.

E não vamos esquecer de Jeff Fahey fazendo o papel de Booth, um vilão e tanto. Aqui, Fahey mostra que seu talento está muitooo além do capitão Lapidus de Lost (assim como Michelle para Ana Lucia). Robert de Niro também está lá, interpretando o Senador também vilão, com um final deprimente e bem cômico.

Machete tem muita qualidade e no geral é um bom filme para se ver, claro pra quem gosta de muito sangue e cabeças voando. A história soa um pouco longa mas em nenhum momento torna o filme enfadonho. Cenas fortes como do padre na Igreja, bem como citações regadas a sarcamos e ironia, garante ao filme um bom entretenimento na certa.