“Even a pain in the ass needs, someone, to take care of them”
Sandrinha Bullock se esforça num bom trabalho, com um personagem que é forte, porém num roteiro extremamente xoxo. Não se trata da superação em sair de um vício (que também é algo já manjado no cinema), e sim do modo em que a trama foi conduzida, que torna 28 Dias tão melodramaticamente anêmico quanto a novelinha (Santa Cruz) que passa dentro dele.
Gwen (Bullock) é uma colunista conceituada de Nova York que desde pequena é Pé de Cana. Após zuar geral o casamento da irmã (nem aquela sua tia chata que reclama do bolo seria capaz), ela decide se internar numa clinica de reabilitação. A história já começa sem força nenhuma, pois além de nesta cena, Bullock não convencer enquanto bêbada, sua make up está inteirinha demais pra termos uma alusão de que a pessoa está fora de si. Visualmente não causa a sensação de que ela havia “caído na mão do palhaço”…
Mas, aí ela acaba entrando na clínica, surge Steve Buscemi e sua feiúra, que com todo talento, faz o melhor que pode dentro de um papel lamentável. Ele é o diretor da clínica, e talvez seja vício meu em sempre vê-lo em atuações muito diferentes dessa, mas eu realmente achei que ele não se encaixou com o personagem. De toda forma, quando se acha que sua figura é importante para o filme, ele acaba sendo secundário e sai bruscamente de foco, agredindo nosso bom gosto.
E dai, entram outros personagens, esteriotipados, que são os pacientes da clínica, cada um com uma característica numa versão vagamente intencionada a ser Um Estranho no Ninho. Fora eles, entra Viggo Mortensen, como Eddie, um jogador de Baiseball que também se interna na clínica e a gente fica sem saber qual é sua função na história.
Gwen aos poucos aprende a ser humilde na vida, a pedir ajuda e a perceber que tem um problema. Bonito. Tem todo o drama familiar de perdões e mágoas. Porém, mesmo sendo um tema de longa data no cinema, poderia ser melhor trabalhado. E apesar de Bullock ser uma grande atriz, ela é enquanto faz papel de sóbria. Teria muito o que aprender com Meg Ryan para atingir mais êxito neste quesito. Nas partes em que se pretende ser cômico, o roteiro se favorece pela própria atriz que sabe deixar engraçado o manjado pé quebrado batendo num balde.